A principal pergunta para a consulta que o Sínodo nos coloca é uma questão fundamental:
− Como é que o “caminho em conjunto” está acontecendo hoje na nossa Igreja local? − Que passos é que o Espírito nos convida a dar para crescermos no nosso “caminhar juntos”?
Ao responder a esta pergunta, somos convidados a:
− Recordar as nossas experiências: que experiências de unidade da nossa Igreja nos vem à mente?
− Que alegrias proporcionaram?
− Que dificuldades e obstáculos encontramos?
− Que feridas fizeram emergir?
− Que intuições suscitaram?
− Nestas experiências, onde ressoa a voz do Espírito?
− O que o Espírito nos pede?
− Quais são os pontos que precisamos confirmar, as perspectivas de mudança, os passos a dar?
− Onde alcançamos um consenso?
− Que caminhos se abrem para a nossa Igreja particular?
1. ACOMPANHANTES NO CAMINHO - Na Igreja e na sociedade, estamos lado a lado na mesma estrada. Na nossa Igreja local, quem são aqueles que “caminham juntos”? Quem são aqueles que parecem mais afastados? De que forma somos chamados a crescer como companheiros? Que grupos ou indivíduos são deixados à margem?
2. ESCUTAR - Escutar é o primeiro passo, mas precisa de uma mente e de um coração abertos, sem preconceitos. Como é que Deus nos fala através de vozes que por vezes ignoramos? Como ouvir os leigos, de modo especial as mulheres e os jovens? O que facilita ou inibe a nossa escuta? Como ouvimos os que se encontram nas periferias? Como acontece a contribuição dos consagrados e das consagradas? Quais são alguns dos nossos limites na nossa capacidade de escutar, especialmente aqueles que têm opiniões diferentes das nossas? Que espaço existe para a voz das minorias, especialmente das pessoas que experimentam a pobreza, a marginalização ou a exclusão social?
3. FALAR - Todos são convidados a falar com coragem, ou seja, em liberdade, verdade e caridade. O que facilita ou dificulta que se fale com coragem, franqueza e responsabilidade na nossa Igreja local e na sociedade? Quando e como é que conseguimos dizer o que é importante para nós? Como funciona a relação com os meios de comunicação locais (não só com os meios de comunicação católicos)? Quem fala em nome da comunidade cristã e como são escolhidas essas pessoas?
4. CELEBRAÇÃO - Só é possível “caminhar juntos” se assumirmos como base a escuta comunitária da Palavra e a celebração da Eucaristia. Como é que a oração e as celebrações litúrgicas inspiram e guiam realmente a vida e missão comuns na nossa comunidade? Como é que inspiram as nossas decisões mais importantes? Como promovemos a participação ativa de todos os fiéis na liturgia? Que espaço damos à participação nos ministérios de Leitor e de Acólito?
5. PARTILHAR A RESPONSABILIDADE PELA NOSSA MISSÃO COMUM - A sinodalidade está ao serviço da missão da Igreja, na qual todos os membros são chamados a participar. Uma vez que somos todos discípulos missionários, como é que cada batizado é chamado a participar na missão da Igreja? O que impede os batizados de serem ativos na missão? Que áreas da missão estamos esquecendo? Como é que a comunidade apoia os seus membros que servem a sociedade de várias formas? Como é que a Igreja ajuda estes membros a viverem o seu serviço à sociedade de forma missionária? Como e por quem é feito o discernimento sobre as escolhas missionárias?
6. DIÁLOGO NA IGREJA E NA SOCIEDADE - O diálogo exige perseverança e paciência, mas também permite a compreensão mútua. Até que ponto as diferentes pessoas da nossa comunidade se reúnem para o diálogo? Quais os lugares e os meios de diálogo no seio da nossa Igreja local? Como promovemos a colaboração com dioceses vizinhas, comunidades religiosas da nossa área, associações e movimentos laicais, etc.? Como abordamos as divergências de visão ou os conflitos e dificuldades? Quais as questões particulares na Igreja e na sociedade que temos de prestar mais atenção? Que experiências de diálogo e colaboração temos com crentes de outras religiões e com as pessoas que não têm filiação religiosa? Como é que a Igreja dialoga e aprende com outros setores da sociedade: as esferas da política, da economia, da cultura, da sociedade civil e das pessoas que vivem na pobreza?
7. ECUMENISMO - O diálogo entre cristãos de diferentes confissões, unidos pelo único batismo, tem um lugar especial no caminho sinodal. Que relações tem a nossa comunidade eclesial com membros de outras tradições e confissões cristãs? O que partilhamos e como caminhamos juntos? Que frutos colhemos do nosso caminho em conjunto? Quais as dificuldades? Como podemos dar o próximo passo para caminharmos uns com os outros?
8. AUTORIDADE E PARTICIPAÇÃO - Uma Igreja sinodal é uma Igreja participativa e corresponsável. Como é que a nossa comunidade eclesial identifica os objetivos a prosseguir, a forma de os alcançar e os passos a dar? Como é exercida a autoridade ou a administração no seio da nossa Igreja local? Como colocamos em prática o trabalho de equipe e a corresponsabilidade? Como e por quem são orientadas as avaliações? Como se tem promovido os ministérios laicais e a responsabilidade dos leigos? Tivemos experiências frutuosas de sinodalidade a nível local? Como funcionam os órgãos sinodais a nível da Igreja local (Conselhos Pastorais e equipes de pastoral)? Como podemos promover uma abordagem mais sinodal na nossa participação e liderança?
9. DISCERNIMENTO E DECISÃO - Num estilo sinodal tomamos decisões através do discernimento do que o Espírito Santo está a dizer-nos através de toda a nossa comunidade. Que métodos e processos utilizamos na tomada de decisões? Como podem ser melhorados? Como é que promovemos a participação na tomada de decisões no seio de estruturas hierárquicas? Os nossos métodos de tomada de decisões ajudam-nos a escutar todo o Povo de Deus? Qual a relação entre consulta e tomada de decisões? E como as colocamos em prática? Que instrumentos e procedimentos utilizamos para promover a transparência e a responsabilidade? Como podemos crescer no discernimento espiritual comunitário?
10. FORMAR-NOS NA SINODALIDADE A sinodalidade implica receptividade à mudança, formação e aprendizagem permanente. Como é que a nossa comunidade eclesial forma pessoas mais capazes de “caminharem juntas”, de se ouvirem umas às outras, de participarem na missão e de se empenharem no diálogo? Que formação é dada para fomentar o discernimento e o exercício da autoridade de forma sinodal?